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sábado, 12 de novembro de 2011


(Mamãe e meu filho, João Rafael Coelho Marques, em 2001.)

Quando morávamos em Sobradinho-BA, no ano de 1973, com saudades do seu torrão natal (São José do Egito), de onde saiu contra a vontade, mamãe fez os seguintes versos:

Quem quiser sentir saudade
Faça do jeito que fiz
Deixe seu torrão natal
Sem querer como eu não quis
Saia por necessidade
Que depois você me diz.

Para fazer como eu fiz
Não precisa ter coragem
Depende da precisão
Fazer de tudo embalagem
Se subir num caminhão
Chorar durante a viagem

Bem na hora da partida
Quem assistiu lamentava
Era bem de tardezinha
Uma chuva se formava
Para o lado do nascente
Aí era que eu chorava

Foi de cortar coração
Na hora da despedida
Saí de onde nasci
Pra terra desconhecida
Por contraste a incerteza
De arrumar o pão da vida.

Quanto mais longe eu ficava
Mas a saudade crescia
Olhava tanto pra trás
Que o pescoço me doía
Pra ver se ainda avistava
A casa que eu residia.

Era tão grande o meu pranto
Que Joãozinho se comovia
De vez em quando me olhava
Me ajeitava, me pedia
Lêle não chore tanto
Nós vamos voltar um dia

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