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domingo, 6 de novembro de 2011



Casa  onde Assis Chateaubriand aprendeu ler está em ruínas
Texto: Marcos Cirano
Fotos: Chico Feitosa

      
Localizada na cidade de São José do Egito, no sertão pernambucano, a casa onde o jornalista Assis Chateaubriand aprendeu ler está em ruínas. Da construção do século XIX, restam apenas a fachada em azulejos e algumas paredes internas.
Bem no centro na Rua Joaquim Nabuco, conhecida popularmente como Rua do Arranco, na cidade de São José do Egito, sertão pernambucano, uma centenária casa ameaça desabar. Construção do século XIX, o imóvel, caso venha abaixo, fará desaparecer mais um pequeno pedaço da tão maltratada memória nacional. Pois foi ali que um ilustre brasileiro, o jornalista Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, finalmente conseguiu aprender ler, depois de várias tentativas frustradas de iniciar os estudos como qualquer outra criança, ou seja, freqüentando a escola.
Propriedade dos herdeiros de Teófilo Torres de Lima, a velha casa tem, hoje, apenas a fachada em azulejos e algumas paredes internas. Está desocupada há vários anos e ameaça, inclusive, os imóveis vizinhos. Segundo Maria do Carmo Torres de Andrade, uma das herdeiras, o desejo da família é restaurar a casa. Mas, para isso, faltam recursos financeiros e uma solução definitiva da partilha legal do bem. E, enquanto nada se resolve, o tempo vai corroendo aquela que é, provavelmente, a mais antiga casa da cidade e o local aonde Chato encontrou paz para decifrar as primeiras frases escritas.
Jornalista e dono do maior conglomerado de Comunicação que o Brasil já conheceu, Assis Chateaubriand viveu até os 10 anos de idade completamente analfabeto, porque não conseguiu adaptar-se a nenhuma das várias escolas onde fora matriculado. Numa tentativa de que ele começasse estudar, seus pais o enviaram para a casa de parentes em Campina Grande, Paraíba, onde ele ficou morando com um tio (o médico Chateaubriand Bandeira de Melo) e convivendo com outros parentes – entre os quais, o primo Barnabé Gondim, que era juiz de Direito no interior paraibano. E foi por conta dessa convivência que Chateaubriand acabou chegando a São José do Egito.
Irrequieto, Chatô não parava na casa do tio, em Campina Grande. Preferia acompanhar os parentes nas viagens de trabalho ou negócios por uma região de interesses comuns formada pelas seguintes localidades: Alagoa do Monteiro, Camalaú, São Sebastião do Umbuzeiro, São João do Tigre, Prata, Boi Velho, São Tomé e Teixeira, todas na Paraíba, e São José do Egito, esta no sertão pernambucano. Numa dessas temporadas, Assis ficou hospedado na casa da Rua do Arranco (a primeira rua da Freguesia criada em 1830) e, manuseando jornais velhos, se iniciou no mundo da leitura.
De volta a Campina Grande, Chateaubriand continuou com os parentes o seu processo de alfabetização e a 22/11/1904 seria aprovado no exame ginasial da Escola Naval do Recife, cidade onde também cursaria Direito e onde se tornaria o polêmico jornalista que foi. A passagem pela casa da Rua do Arranco deixou profundas marcas no garoto Assis. Tanto que, quando já era o jornalista mais temido do Brasil, Chateaubriand escreveu um artigo na revista O cruzeiro, da sua poderosa rede de Comunicação, relembrando como descobriu ler no sertão pernambucano.
A casa está localizada no centro histórico da cidade.A falta dE conservação deixou o interior do imóvel em ruína.
http://www.geocities.ws/josemachadofreire/chato.htm

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