Pesquisar neste blog

sábado, 31 de dezembro de 2011


Mote:
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO

Versos improvisados por João Paraibano, quando cantava na ocasião com Raimundo Caetano, num festival de cantadores.

NO VAGÃO DA SAUDADE EU TENHO IDO
VER A CASA QUE EU ANTES NASCI NELA
UMA LATA DE FLORES NA JANELA
A PAREDE DE TAIPA, O CHÃO VARRIDO
MILHO MOLE ESPERANDO SER MOÍDO
NUMA MÁQUINA DO “VÊIO” ENFERRUJADO
QUE APESAR DA PREGUIÇA E DO ENFADO
MÃE BOTAVA DE POUCO E EU MOÍA
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO

VOU PRA VER NESSA CASA QUE FOI MINHA
MINHA REDE JÁ “PENSA” DE UMA BANDA
A CALÇADA NA PORTA DA VARANDA
UM BUEIRO DE LATA NA COZINHA
MÃE PRENDENDO OS DOIS PÉS DE UMA GALINHA
NUM CORDÃO DE ALGODÃO DESCAROÇADO
UM ESPETO CHEIRANDO A MILHO ASSADO
E UM CUSCUZ FUMAÇANDO NA BACIA
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO

LEMBRO A BOCA REDONDA DA CUMBUCA
QUE MAMÃE TIROU SAL PRO ALIMENTO
A “VASSOURA” DO RABO DE UM JUMENTO
ESPANTANDO UM ENXAME DE MUTUCA
UM CANCÃO DESARMANDO UMA ARAPUCA
UM CANÁRIO CANTANDO ENGAIOLADO
UM CACHORRO LATINDO ACOCORADO
SEM COBRAR UM TOSTÃO PRA SER VIGIA
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO

EU NÃO POSSO ESQUECER QUE UM ROUXINOL
DESSA CASA TAMBÉM FOI HABITANTE
MÃE RASGANDO UM PEDAÇO DE BRAMANTE
PRA BOTAR UM REMENDO NUM LENÇOL
PAI VOLTANDO DA ROÇA AO POR-DO-SOL
COCHILANDO COM O PESO DO ENFADO
COM UM PÉ SEM CHINELO, OUTRO CALÇADO
UMA MÃO OCUPADA OUTRA VAZIA
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO

TODA NOITE EU ME LEMBRO DE LEMBRAR
DE UM PIÃO ENROLADO ATÉ NO MEIO
MÃE BOTANDO CARVÃO NUM NINHO CHEIO
PRA NINHADA DA FRANGA NÃO GORAR
UMA GATA LAMBENDO UM ALGUIDAR
COM O CABELO DA TESTA PENTEADO
DEPOIS IA PRA CIMA DO TELHADO
NA CERTEZA QUE O GATO TAMBÉM IA
VOU NO TREM DA SAUDADE TODO DIA
VISITAR O LUGAR QUE FUI CRIADO


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011




Um ano bom de inverno
Tema desenvolvido em congresso pelos cantadores João Paraibano e Raimundo Caetano. João Paraibano inicia a sextilha com o seguinte verso:

QUANDO O ANO É BOM DE INVERNO
CADA AVE SOLTA UM PIO
DEUS FORRA UM LENÇOL DE GRAMA
COBRINDO O CHÃO DO BAIXIO
E AS ENCHENTES SE ACIDENTAM
FAZENDO AS CURVAS DO RIO

FICA MAIS VERDE O BAIXIO
E OS RIOS FICAM DE NADO
COM FLORES CIPÓS E RAMAS
O SERTÃO FICA ENFEITADO
E A CHUVA DEVOLVE AS FOLHAS
QUE A SECA TINHA LEVADO

BOI QUEBRA BICO DE ARADO
PAREDE DE AÇUDE RACHA
NO CAMPO A LAVOURA SOBE
NO MERCADO O FEIJÃO BAIXA
BATATA CRESCE TÃO RASA
QUE ATÉ SEM CAVAR SE ACHA

NO BARREIRO A RÃ COAXA
A PAISAGEM SE EXUBERA
O VENTO SOPRA MAIS FRIO
A TERRA SE REFRIGERA
A CHUVA FAZ UM MILAGRE
O SERTÃO VOLTA AO QUE ERA

TANTA FLOR DE PRIMAVERA
CHORA UM PRANTO CRISTALINO
DEUS TECE TRAPOS DE NEVE
COM FIO BRANCO E TÃO FINO
PARECENDO ALGODÃO DOCE
RASGADO EM MÃO DE MENINO

GUIADO PELO DESTINO
O RIACHO SERPENTEIA
O RIO COMO UMA COBRA
DESLIZA SOBRE A AREIA
E OS SAPOS VIRAM CANTORES
NA SERENATA DA CHEIA

A GITIRANA SEMEIA
GRÃO PRA ROLINHA E ANUM
DEUS ABRE A FLOR AMARELA
NO FUNDO DUM JERIMUM
MAS SE ELE MURCHAR PRIMEIRO
NO PÉ NÃO SEGURA UM

NÃO FICA MUITO COMUM
VER O SOL DA COR DE BRASA
TEM MUTUCA E LAGARTEIRO
SAPO E FORMIGA DE ASA
E PAIÓIS DE FEIJÃO BATENDO
NA CUMEEIRA DA CASA

A FORMIGA CRIA ASA
LEITE NA TIGELA AZEDA
ONDE UM JUÁ SE BALANÇA
A RAPOSA ESPERA A QUEDA
E O PEREIRO CHEIRA TANTO
QUE A PRÓPRIA FLOR SE EMBEBEDA

CACHOEIRA AUMENTA A QUEDA
TEM PASSARINHOS CANTANDO
A NEVE COBRINDO AS SERRAS
QUE AMANHECEM CACHIMBANDO
DE LONGE A PESSOA PENSA
QUE  O CHÃO TÁ SE INCENDIANDO

TEM CURURU COCHILANDO
NAS VEREDAS DAS FORMIGAS
UM PÉ DE MILHO SE ENVERGA
COM O PESO DE TRÊS ESPIGAS
COMO UMA MÃE DE TRÊS GÊMEOS
SEM POSSUIR TRÊS BARRIGAS

O MILHO AUMENTA AS ESPIGAS
A CORRENTEZA NÃO PARA
A RAMA DE JITIRANA
SOBE NAS CERCA DE VARA
E AS NUVENS SERVEM DE VÉU
PRO SOL ESCONDER A CARA

VÊ-SE O SOL GUARDANDO A CARA
POR DETRÁS DE UM MANTO ESCURO
UM JERIMUM SE ESTENDE
NA COCORUTA DE UM MURO
TODO ARROTO DE BOI MANSO
SÓ CHEIRA A CAPIM MADURO

SEM TER MEDO DO FUTURO
O SERTÃO DORME TRANQUILO
FEIJÃO FICA TÃO BARATO
QUE QUEM QUER ENCHER O SILO
COMPRA UM SACO PELO PREÇO
QUE OUTRORA COMPRAVA UM QUILO

COM UM TROVÃO INTRANQUILO
UM CACHORRO AZUNHA A PORTA
ONDE TEM FOLHA A FORMIGA
UMA CARREGA OUTRA CORTA
QUANDO MORRE ENVENENADA
A VIVA CARREGA A MORTA

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




DEZEMBRO ESTÁ INDO EMBORA
PARA JANEIRO CHEGAR
NOVOS SONHOS VÃO BROTAR
NO ANO QUE NASCE AGORA
UM NOVO SOL, NOVA AURORA
MAIS ESPERANÇA PRO POVO
DO ANO VELHO EU REMOVO
AS MÁGOAS DA MINHA VIDA
ANO VELHO BOA IDA
E UM FELIZ ANO NOVO!
(Paulo Robério)
MINHA MENINICE
(Cancão)

Foi-se meu tempo de flores
A data da inocência
Dos primeiros resplendores
Do sol da minha existência
Meu palacete dourado
Puramente bafejado
Das brisas celestiais
Felizes dias risonhos
Foram ilusões, foram sonhos
Que ao despertar não vi mais

Estórias de belas vindas
De príncipes, reinos e fadas
Atrás de princesas lindas
Que ainda estão encantadas
Depois da hora da ceia
Ia saltar sobre a areia
Logo que a lua surgia
Sentia a má impressão
Olhando a sombra no chão
Fazendo o que eu fazia

A fereza do chacal
Estórias da minha avó
As lendas de um animal
Que tinha uma perna só
De outras feras estranhas
Criadas lá nas montanhas
Que vinham sem paradeiro
Em tudo eu acreditava
E aquela noite passava
Sem sair mais no terreiro

Ora com meu currupio
Ora empurrando meu carro
Seguia em busca do rio
Pra fazer bicho de barro
Na fronde dos ingazeiros
Passava dias inteiros
Em um balanço seguido
O meu pião de bom nome
Bastava só esse nome
Para ser mais garantido

Vi as estrelas aos pares
Umas as outras unidas
Julgava ser luminares
De crianças falecidas
Pensava que os pirilampos
Fossem faíscas nos campos
Que vinham lá do penedo
Se a mãe-da-lua gritava
Eu muitas vezes ficava
Quase tremendo de medo

As borboletas ligeiras
Que eu tanto perseguia
Nos ramos das goiabeiras
Todas manhãs que chovia
Com meu bodoque afamado
De canela de veado
Que um dia eu mesmo fiz
Me julgava o mais capaz
Debaixo dos braunais
Na caça dos bem-te-vis

Estórias de um lobisomem
Que à noite vinha do mato
Na formatura de um homem
Tendo a cabeça de gato
Mais outro conto lendário
De um ancião solitário
Pai do Saci Pererê
Negrinho que foi criado
Correndo, espantando gado
Sem ninguém saber por quê

O conto das açucenas
Que soluçavam na flora
O pastor que criou penas
Depois voou, foi embora
Outras lendas de um dragão
Que se criou no porão
De um oceano profundo
Um velho monge dizia
Que um dia ele saía
Pra devorar todo mundo

Dizia um certo vizinho
Que tinha havido uma data
Ninguém andava sozinho
Por causa do pai-da-mata
Velho do corpo cascudo
Alto, seco e cabeludo
Com um só olho na testa
Á noite sempre saía
De manhã se recolhia
Num grotilhão da floresta

Meus avós também diziam
Que em tempos de maré cheia
Os marinheiros ouviam
A canção de uma sereia
Era uma moça encantada
Fazia a sua morada
Em diversas regiões
Na hora em que cantava
Todo o mar se agitava
Sorvendo as embarcações

Adeus, meu tempo ditoso
De amor, sorriso e meiguice
Das estórias de Trancoso
Dos dias da meninice
De meus tempos de criança
Hoje só resta a lembrança
Se acaso fizer estudo
Os tempos são soberanos
A marcha ingrata dos anos
Passa liquidando tudo

O tempo em seu decorrer
Tudo desfaz e destrói
Depois, num mesmo poder
Tudo edifica e constrói
Em sua eterna pisada
Passando, deixa pra cada
Só o que for de razão
Não obedece a ninguém
Nos traz o mal e o bem
Só a meninice não.
                                         
Fonte: Palavras ao Plenilúnio

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Coronel Paulino Raphael da Cruz (meu trisavô)


Nasceu em 1838, na Fazenda Serrote Pintado, município de São José do Egito. Era  filho de Francisco Rafael da Cruz que viera do Cabo de Santo Agostinho, e de  Antonia Teixeira da Purificação. Devido à seca de 1845 a família Imigrou para  Alagoas, localizando-se em Viçosa, regressando logo que voltou a chover no  sertão. Izidro Atanásio, um dos filhos, não quis regressar e constituiu numerosa  família que foi se entrelaçando com outras de grande destaque na região. Paulino casou em primeiras núpcias com a prima Antonia, filha única do seu tio  José Carlos Teixeira de Vasconcelos, proprietário e residente na fazenda Cacimba  Nova, que recebeu de herança. Alguns anos mais tarde adquiriu a fazenda Varzinha, onde passou a residir,  realizando e construindo nessa fazenda algumas obras que ainda hoje chama a  atenção de quem as conhecem, tais como a casa de residência que é motivo de  admiração pela sua grandiosidade e estrutura, pois apesar de quase 120 anos de  construída continua desafiando as intempéries e exibe toda sua majestade, um  açude bem grande para a época, o engenho de fabricar rapadura, uma indústria de  beneficiamento de algodão e os enormes currais que davam bem a idéia do rebanho  bovino que criava, sendo o maior criador da região. Foi chefe político, presidente do Partido Conservador durante 18 anos e Prefeito do Município de Afogados da Ingazeira de 1897 a 1901. Faleceu em novembro de 1920 aos 84 anos, vítima de um derrame cerebral.




Primeiro automóvel de São José do Egito e vale do Pajeú, que chegou na cidade em 1924.

FORD 24, primeiro automóvel de São José do Egito e vale do Pajeú, que chegou na cidade em 1924.O veículo pertencia ao senhor Antônio Barbosa de Lima, oriundo da cidade de Piancó-PB, que ao chegar na cidade de São José do Egito-PE ficou conhecido como Antônio Piancó, e por isso, originou a família Piancó, hoje bastante conhecida na região. O senhor Antônio Barbosa de Lima, proprietário de uma indústria de beneficiar algodão, na intenção de adquirir o veiculo, se dirigiu a Limoeiro , ponto de encontro dos sertanejos e agrestinos para efetuarem trocas de mercadorias. Partindo do Sítio Maniçobas, localizado no município de São José do Egito com 40.000 Kg de lã de algodão, divididos em 400 cargas de animais (100 kg cada uma), percorrendo uma distância de 400 Km até a cidade de Limoeiro- PE onde efetuou a troca de carga de algodão pelo Veículo. De Limoeiro a Arcoverde veio numa estrada precária, abrindo uma picada na Caatinga numa distância de 150 Km até a cidade de São José do Egito, com auxílio de 50 homens. Como era na época dos soçaites, este carro rendeu para o proprietário, um pouco de dinheiro, uma vez famílias tradicionais solicitavam o carro para passeio, e com isso se sentiam orgulhosas, ao falarem aos amigos que teriam andado de automóvel.

Na foto acima temos: No volante, João Piancó de Lima, filho do dono do carro. Como passageiros, o motorista e sua senhora. O motorista veio à cidade com a função de ensinar os filhos do proprietário do veículo, pois na época, sua função possuía status da função de um aviador na atualidade. Um certo dia, este carro ia subindo uma ladeira ao lado de uma roça muito grande de algodão , cujas proprietárias (três moças velhas) apelidadas de babecas da goiabeira, que estavam com um senhor apanhando algodão, ao ouvirem o barulho do motor, imediatamente correram, e o senhor gritou:
_ Corram não, isto é um automóvel!Uma das moças então Gritou: _ Corra que ele está dizendo que são oito ou nove! O neto de Antônio Barbosa de Lima, senhor Genivaldo Piancó de Lima, aconselha aos seres humanos para nunca usarem a expressão ”que as coisas vão ruim ou estão difíceis”, salientando o seguinte: “Veja a diferença da compra deste automóvel para os dias de hoje”.
Poeta declamador Iponax Vilanova. "Fique Bem Longe de Mim"

terça-feira, 6 de dezembro de 2011




QUANDO MORRE UM POETA NORDESTINO
 NASCE UM PÉ DE SAUDADE NO SERTÃO.
(Autor: Pedro Ernesto Filho)






(Diniz Vitorino)




Na manhã do dia 06 junho de 2010,  ao saber da morte do grande poeta Diniz Vitorino, Pedro Ernesto, fez os versos baixo:

Quando um vate de nome e de cartaz 
dá adeus a seus fãs e deixa a terra, 

uma neve de dor envolve a serra
e os poetas que ficam perdem a paz,
 a viola, sequer, se afina mais
e a poesia recita o seu refrão
 como quem presta a última informação
pondo a culpa na ordem do destino
- Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.

 A canção erudita se entristece
 e o luar de repente perde a cor,
quando a morte carrega um cantador
a cultura por si se desconhece,
a platéia chorosa permanece
enfrentado o calor da emoção
se pudesse se opor dizia não
 mas conhece a grandeza do Divino
- Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.

Uma voz no espaço triste diz
foi embora um poeta renomado,
todo pé de parede tem gravado
um poema da lavra de Diniz,
só o tempo restaura a cicatriz
que este fato gerou na multidão,
é possível encontrar em cada oitão
o sabor do seu verso cristalino
- Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.

Destacou-se entre os grandes sonetistas,
conterrâneo de Pinto do Monteiro,
Pernambuco, o seu solo derradeiro;
detentor de prestígio e de conquistas,
um parceiro afinado dos Batistas
que só deu alegria à profissão,
carregava no ritmo do baião
um estilo arrojado, raro e fino
- Quando morre um poeta nordestino
 nasce um pé de saudade no sertão.

Vários livros por ele publicados,
escreveu sobre temas sociais,
campeão em diversos festivais,
deu trabalho a poetas preparados,
o Nordeste acumula em seus estados
os efeitos cruéis da solidão,
seja casa de taipa ou casarão
já ouviu, do Diniz, a voz de sino
- Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.

Deu sucesso duplando com Bandeira,
deixou brilho cantando com Xudu,
semeou no sertão do Pajeú
o melhor da poesia brasileira,
mas a morte precoce e traiçoeira
resolveu do poeta lançar mão,
e lá no céu os colegas que estão
o recebem com festa, graça e hino
- Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.

 Verso de Lourinaldo Vitorino, em homenagem a Otacílio Batista Patriota.
(Lourinaldo Vitorino)

As violas de luto soluçando
Dão adeus ao Bocage do repente,
Um fenômeno de arte, um expoente,
Que de cinco a seis décadas improvisando
Sua voz de trovão saiu rasgando
Modulando a palavra em cada nota
Pra cultura um nocaute, uma derrota,
Um desastre, uma perda, um golpe horrendo,
Enlutado o repente está perdendo
OTACÍLIO BATISTA PATRIOTA.
Para os cachaceiros de plantão, mais um motivo pra continuar na vidinha..


OS QUATRO BÊBADOS

Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo em fim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”…

O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa…
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!

O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!

Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!


Autor: Gonga Monteiro, irmão do poeta de Tabira-PE, Dedé Monteiro.