SECA E CHUVA NO SERTÃO(Chico de Assis e João Santana)Seca e chuva no SertãoSão quadros bem conhecidosDepois que o sol racha o soloE o trovão solta estampidosA terra fértil engravidaE a chuva semeia a vidaNos campos adormecidosApós meses ressequidosO calor chamusca a floraOnde tem gado emagreceOnde tem água evaporaE acauã assume o postoQue o carão com desgostoDeixou quando foi emboraQuando a mata se descoraO bamburral perde o cheiroTons de cinza desfiguramA copa do marmeleiroE a cor da vida só ficaEm juazeiro, oiticicaCatingueira e umbuzeiroSeca a lama do barreiroSe desfaz o croataCai a folha da juremaMurcha o pé de trapiáE o sol rasga o firmamentoO Sertão fica cinzentoDas pisas que o verão dáDo canto do sabiáNão se ouve uma só notaNem há quem dê cor aos tufosDo capinzal que desbotaCururu cava e se enterraSobra poeira na serraFalta umidade na grotaCom a chuva o verde brotaPelas fendas do lajedoCavalos escaramuçamCampônios acordam cedoTanajuras fazem girosE os trovões disparam tirosQue as nuvens choram com medoCupins rompendo segredoEmbelezam fins de tardeSocós remexem ramagensA cantar fazendo alardePirilampos ganham brilhoBaixios produzem milhoQue não há silo que guardeO rochedo desencardeMudando a matiz das coresO pólen pega caronaNos colibris beijadoresNa lama os frutos azedamE as abelhas se embebedamNo néctar virgem das floresInsetos e roedoresViram vítimas de serpentesRios secos ressuscitamCresce a vazão das nascentesNevoeiros se entrelaçamPedindo aos vales que façamGerminar novas sementesOscilações decorrentesDo movimento da TerraMarcando através do climaCada ciclo que se encerraFenômenos que se renovamSe complementam e comprovamQue a Natureza não erraFonte: Voaviola.com.br (transcrição do áudio)
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sábado, 10 de março de 2012
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