Dupla Estiagem
(Dedé
Monteiro – poeta tabirense)
Quando
Deus manda, lá por seus motivos,
Dois
anos secos para os sertanejos,
Se
os mesmos anos são consecutivos,
Tombam
por terra todos os desejos.
Pelas
estradas, tristes, pensativos,
Vão-se
arrastando, como caranguejos,
Milhares
desses pobres semi-vivos,
Deixando
a vida sobre seus rastejos.
A
nossa terra, que com chuva é rica,
Faltando
a mesma, desprezada fica,
Tombando
a seca sobre os ombros nus.
O
sol resseca todas as alfombras
E
os bichos brutos vão procurar sombras
Nas
sombras magras dos mandacarus.
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