A
lua por ser bonita
Da
terra estar separada
Porém
que seja habitada
Ela
muito necessita
Eu
quero ser selenita
Morador
na face sua,
É
de bem que alguém construa
Uma
casa em seu lugar
Quando
eu casar vou passar
A
lua de mel na lua
Já
preparei a bagagem
Com
todo o equipamento
Logo
após meu casamento
Pra
lua farei viagem
Morar
na lua é vantagem
Mirando
a beleza sua
Lá
mulher pode andar nua
Que
ninguém vai censurar
Quando
eu casar vou passar
A
lua de mel na lua.
CAMINHOS
DA MINHA VIDA”
Quanto
é bela a existência
No
vigor dos verdes anos
Mas
quanto é triste a velhice
Com
seus fatais desenganos
Entre
dúvidas e receios
E
sofrimentos tiranos.
Dos
5 aos 36 anos
Eu
andava de carreira,
Hoje
ando patinando
Cheio
de dor e canseira
Pois,o
peso dos 80.
Não
é boa a brincadeira.
Dois
Quilômetros de ladeira
Eu
subia de rojão,
Hoje
pra descer um metro
È
com os quartos no chão,
Assim
mesmo é escorado
Num
cacete em cada mão.
Já
tenho no matulão
Setenta
anos de idade,
Não
faço mais o que fiz
Nos
dias da mocidade,
Que
velho pelo comum
Não
faz o que tem vontade.
Eu
na minha mocidade
Fui
muito forte e disposto,
Hoje
estou velho e cansado,
Mole
de causar desgosto,
Até
pra vestir as calças
Uso
buscar um encosto.
Velho
sempre vive exposto
A
crítica, a vaia, ao fracasso,
Se
ele vai correr não pode,
Tudo
lhe causa embaraço,
Até
andando é sujeito
A
cair a cada passo.
Hoje
o mais fácil que faço
È
comer e me deitar
Mas
sinto dificuldade
Quando
vou me levantar
Com
uma dor em cada junta
De
não poder suportar.
Às
vezes fico a pensar
Quem
fui em tempo de moço:
Era
esperto, ouvia bem,
Minha
vista era um colosso,
Hoje,
velho e moleirão,
Vejo
mal e pouco ouço.
Sem de nada ter sobrosso,
À
noite eu saia cedo,
Farreava,
e vinha tarde,
Sem
deixar nada em segredo,
Hoje
com tudo me assusto
Todo
vulto me faz medo.
Já
não vou mais a brinquedo
Nem
a casa de um vizinho,
Em
moço eu ia a uma farra
Com
dez léguas de caminho
Montado,
a carro ou a pé
Com
outro ou mesmo sozinho.
Não
recebo mais carinho
Nem
afagos de ninguém,
Se
alguém falar comigo
È
com nojo ou com desdém
Mas
na minha mocidade
Todo
mundo me quis bem.
O
mundo é um vai e vem,
Moço
é forte, velho é fraco,
Em
moço eu fui quase um ídolo,
Hoje
pareço um macaco
Pois
a vida é mesmo assim
Por
isto eu não do cavaco.
Seja,
porém velho ou fraco,
Sem
conforto e sem guarida,
Sem
amor e sem carinho,
Na
mais tenebrosa lida,
Faz
tudo pra não perder
O
seu caquinho de vida.
A
velhice é a guarida
A
dor é debilidade,
Escória
da juventude,
Sobejo
da mocidade
Caricatura
da morte,
Caminho
da eternidade.
Com
20 anos de idade
Pleno
vigor tinha em mim,
Hoje
sem força e enrugado,
Meus
músculos levaram fim,
È
a erosão do tempo
Que
vem me fazendo assim.
Eu,
na mocidade enfim
Nunca
achei tempo enfadonho,
Previa
um futuro próspero,
Vivia
alegre e risonho,
Sonhava
até acordado
Hoje
nem dormindo sonho.
Hoje
eu me sinto tristonho,
Cabisbaixo
quase louco,
Falta-me
até os sentidos,
Vejo
mal e ouço pouco,
Grito
pra mim é cochicho,
Um
boi me parece um toco.
Não
digo que sou um louco
Porque
um louco não pensa,
Quando
eu penso no que sinto
A
minha magoa é imensa,
O
meu incômodo é velhice
Que
é a maior doença.
Há
enorme diferença
Da
mocidade a velhice:
A
mocidade é um risco,
Amor,
carinho e meiguice,
A
velhice é de tristeza,
Dor,
desprezo e caduquice.
Fui
feliz na meninice
Da
qual me resta a saudade
Pois
sinto recordação
Da
minha primeira idade,
Quando
relembro o passado
Revivo
na mocidade.
Eu
tinha muita vontade
De
ser sempre moço e rico,
Agora
estou conhecendo
Que
esta vida é um fuxico
Cada
dia que se passa
Mais
pobre e mais velho fico.
Na
mocidade eu fui rico
De
vigor e substância,
Hoje
estou pobre de forças,
De
coragem e elegância
Sentindo
apenas saudade
Dos
dias da minha infância.
Hoje
em dia eu vivo em ânsia,
Cheio
de mil desenganos,
Já
tenho no rosto as marcas
Dos
sofrimentos tiranos,
Nas
cãs a neve do tempo,
Nos
ombros o peso dos anos.
Já
não tenho mais os planos
Que
tive na mocidade,
Em
moço eu previa o mundo
De
gozo e felicidade,
Hoje
pressinto o silêncio
Do
sono da eternidade.
Um
homem na minha idade
Está
com a vida insegura
Porque
quem já viveu muito
Julga
mais pouco atura,
Quanto
mais loge de berço
Mais
perto da sepultura.
Porém
quem vive procura
Um
jeito pra não morrer
Pois
enquanto minha alma
Do
corpo não se desprender
O
espírito em seu invólucro
Ajuda
o corpo a viver.
Mas
todos têm que morrer,
seja
rico ou seja pobre,
Pois
a morte é justiceira
Mata
o plebeu, mata o nobre,
Por
mais que a gente se oculte
A
morte sempre descobre.
Assim
como mata o pobre
Destrói
o rico também,
Se
vê aquele que vai
Não
se vê nenhum que vem,
A
foice fatal da morte
Nunca
dispensou ninguém.
A
morte sem precisão
Mata
um menino de ano,
Mas
como leva um mendigo
Também
leva um soberano
Deixando
em sua passagem
Choro,
luto e desengano.
A
morte abutre tirano,
Que
tudo ceifa e liquida
ela
apesar de abstrata
É
uma fera homicida,
É
o sepulcro das penas,
Eclipse
total da vida.
Com
sua mão sempre erguida
Do
mundo inteiro ela zomba,
A
sua arma certeira
Explode
como uma bomba.
Cada
vez que ela dispara
É
uma vida que tomba.
Já
pressinto sua sombra
Chegar
à minha presença,
Parece
que estou ouvindo
ela
lavrar-me a sentença
Que
velho, velho demais,
A
morte jamais dispensa.
Eu
nunca lhe fiz ofensa
Nem
sei se me aprecia
Mas
tenho desconfiança
Que
a morte me busca um dia
Mas
se ela me dispensasse
Eu
muito agradeceria.
http://paulistaterradapoesia.blogspot.com/2011/08/belarmino-fernandes-de-franca.html
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