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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


Certo dia andando pelas ruas do centro de Petrolina, avistei um ancião que ao cruzar uma avenida quase foi atropelado por um jovem num carro em alta velocidade. Imaginando o que poderia ter acontecido àquele senhor e ao condutor do veículo, escrevi, MOTORISTA ASSASSINO.

Um velhinho caminhava
Pelas ruas da cidade
E em alta velocidade
Um veículo trafegava
Bateu nele quando estava
De casa se aproximando
Na calçada ia pisando
Quando foi atropelado
E o motorista drogado
Do velho saiu zombando

Quem presenciou o fato
Ficou muito entristecido
Vendo o senhor estendido
Devido tanto maltrato
Ficou no anonimato
O nome do condutor
Quem viu não lembra da cor
Do veículo e da placa
Levaram ele na maca
Gemendo, sentindo dor.

 Ao entrar no hospital
Recebeu toda atenção
Soro com medicação
E cuidado especial
Estava passando mal
Pra UTI foi levado
Teve que ser operado
Às pressas com gravidade
Enquanto pela cidade
Se divertia o culpado

Não muito longe se via
Bebendo entre colegas
Alguém falando nos pegas
Que tivera nesse dia
Dizendo que quando ia
Puxando cento e cinqüenta
Um velhinho de setenta
Que não tinha o que fazer
Recebeu por merecer
A pancada violenta

Depois que a farra acabou
O rapaz voltou pra casa
Os olhos da cor de brasa
Da maconha que fumou
A sua mãe lhe contou
O que tinha acontecido
Disse: meu filho, um bandido
Atropelou o seu pai
Eu não sei como ele vai
Talvez já tenha morrido

O acidente se deu
Aqui fora na calçada
A rua ficou molhada
Do sangue que escorreu
O motorista correu
Rindo da situação
Deixou o seu pai no chão
Padecendo pra morrer
Nem imagina o sofrer
Daquele pobre ancião

Disseram que o motorista
Só podia estar drogado
Ou então embriagado
Pra ter saído da pista
A droga turvou a vista
Dessa pobre criatura
Abalou a estrutura
Poderia até matá-lo
Peço a Deus pra abençoá-lo
Livrá-lo da sepultura

Esse rapaz deve ter
Mais ou menos sua idade
Nos bares desta cidade
Vive a fumar e beber
Não teve a sorte de ser
Filho de um pai como o teu
Que mesmo sendo plebeu
Te deu boa educação
Por isso é que você não
Nenhum desgosto nos deu.

Depois de tudo que ouviu
O rapaz ficou aflito
Chorando soltou um grito
E bem depressa saiu
Para o hospital partiu
Em carreira desmedida
Atravessou avenida
Tropeçando quase cai
E quando chegou seu pai
Já tinha perdido a vida

O doutor falou pra ele:
O seu pai reconheceu
Quem foi que nele bateu
Quem fez tanto estrago nele
Morria sem ódio dele
E até perdão lhe daria
Pediu a Virgem Maria
Que o colocasse no trilho
E disse: Doutor, meu filho
Me fez esta covardia

O jovem viu num segundo
Que tudo estava acabado
O seu pai assassinado
Por quem amou neste mundo
Sentiu um golpe profundo
Correndo da sala sai
Um carro passando vai
Ele se lança pra morte
Eis aí a triste sorte
Do filho que mata o pai.
         ***

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